Projetos atuais

Um aviso pra quem vem parar aqui e encontra isto abandonado.
Estamos trabalhando em outro lugar:


Um abraço.

Poema de viagem

é contraditório
ter que experimentar
pra poder sentir
pra poder dizer
pra que alguém sinta
sem ter
que experimentar

Cada música, uma poesia musicada #6 - Ricardo Domeneck

Confiram no link abaixo a versão musical que fiz do poema Segunda-faixa 00:37 de Ricardo Domeneck, do livro A cadela sem logos.

poesiafadada.vox.com


Beijos.

Cada música, uma poesia musicada # 4 e 5

Postei aqui no poesiafadada.vox.com

Dois novos poemas musicados: Substância, de Marcelo Montenegro e Largo ma non tanto, de Marcelo Sahea.
Ficaram legais pra caralho, vá lá ouvir.

Beijo.

Cada música, uma poesia musicada # 3 - Fabrício Corsaletti

Mais uma edição da minha última cria.

Clique aqui para ouvir o Chorinho de Fabrício Corsaletti.

Cada música, uma poesia musicada # 2 - Bruna Beber

Mais uma edição da minha última cria. E, olha que legal, a Bruna Beber, que é minha amiga e vizinha, foi lá em casa e a gente gravou ela cantando. Uma coisa linda. Me emocionou.
Ouça aqui:

Poesia Fadada

A próxima dança

me enche de esperança
saber que existe a música
da próxima dança
me enche de paz
você tão linda na pista
balançando um penteado
que se desfaz
e te deixa melhor ainda
tanta gente na minha frente
me enche mas
me enche de orgulho
eu saber essa letra
e a gente se olhar
cantando um refrão
me enche de esperança
saber que existe a música
da próxima dança

Radiocaos


Quem não conhece o programa Radiocaos, atualmente na 91 Rock de Curitiba, deveria clicar aqui já.

Eu, confesso que não ouço rádio. Essa merda
contaminada de música ruim, propaganda e jabá.
Não tenho saco pra aquela programação em looping.
Por outro lado, se estivesse em Curitiba ouviria.

Nesse domingo, pra se ter idéia, o playlist tem desde Jupiter Apple até Velvet e Beatles (não tocando o óbvio) passando por poemas de Drummond, Tavinho Paes, etc. Tem muita coisa na lista que eu não conheço, e eu não vejo a hora.

Ah, sem esquecer que no último bloco tem dois poemas meus.

Ouçam pela internet clicando em rádio ao vivo.

Uma pausa

Não é um poema. É só pra eu me lembrar de onde estou.

Apartamento

o retrato na estante
transpira um peito dilacerado

cada instante na sala
é meu corpo no parapeito

seca na mesa de centro
a orquídea pede em vão

algo entre nós há dias
fede na geladeira

Sobre o tempo

entre o mim e o calendário

há um verbo que voa

há vários

o relógio me fita

enquanto a máquina de escrever

gasta a fita vermelha

na folha velha

e eu só quero que chegue:

a paz não sei de onde

a hora do almoço

o sono

a sagrada família num jegue

a moto e o moço da pizza

aí eu me farto

e desafio as cruzadas do jornal diário

empreendo a jihad

Contra a lacuna

na terceira linha, segunda coluna

eu torço pra que anoiteça

olho para o relógio e rogo

que venha a sexta

que o sono logo me leve

enquanto não vem a feira

enquanto não vem a segunda

a primeira semana do mês e o dinheiro

enquanto a ampulheta trapaceira

não traz o fim

que eu não canso de clamar

involuntário

Tialgusta

quer viajar?
vem com a tia augusta
essa tia centenária
que já foi rica, já foi puta
se regenerou e pra ser moça de novo
reconstituiu o hímem
se operou no marrocos e virou homem
largou o salto, calçou um allstar
mas ainda curte estar
com rapazes
as vezes
estar com a tia augusta é bom
ela leva a gente
pra qualquer lugar entre o céu
e o inferno
inferninho e além
a tia augusta e o capeta
não assustam niguém mais
vamos viajar coma tia augusta
pacotes econômicos
papelotes de viagem
vamos viajar que a tia gosta
de ver todo mundo junto:
putas traficantes músicos
mendigos e poetas tísicos

Carros que vão e vêm, luzes
de apartamentos

Gente que vem em vão
de outras cidades também

A gente em movimento
Vai se cruzar

talvez não
perdida entre a velha-guarda
das putas do payssandu
quinze anos atrás,
mas me lembro como se fossem mais,
os olhos mais tristes do mundo
o batom vermelho
e o corpo dois terços nu


me assustei com a putinha
quando ela sorriu e mergulhou
nos meus olhos também tristes
só pensei em correr até o bar da esquina
e sem que ela me visse
bebê-la em um copo de tubaína
o único dinheiro que eu tinha
você sabe,
quanto mais grave
mais baixo

e um contra-baixo alto
é problema grave
pra um homem
da guitarra como eu

com o ego
e o nível de álcool
há seis semanas
no topo da Billboard

mas, pensando bem,
olha pra esse breu
e essa sauna
de alcatrão e nicotina

essa cerveja quente
e essa gente junk
que dança ao som do iggy
e faz o punk ao som do pop

toca qualquer nota
que ninguém nota