Projetos atuais
Poema de viagem
Cada música, uma poesia musicada #6 - Ricardo Domeneck
poesiafadada.vox.com
Beijos.
Cada música, uma poesia musicada # 4 e 5
Dois novos poemas musicados: Substância, de Marcelo Montenegro e Largo ma non tanto, de Marcelo Sahea.
Ficaram legais pra caralho, vá lá ouvir.
Beijo.
Cada música, uma poesia musicada # 3 - Fabrício Corsaletti
Mais uma edição da minha última cria.
Clique aqui para ouvir o Chorinho de Fabrício Corsaletti.
Cada música, uma poesia musicada # 2 - Bruna Beber
Ouça aqui:
Poesia Fadada
A próxima dança
saber que existe a música
da próxima dança
me enche de paz
você tão linda na pista
balançando um penteado
que se desfaz
e te deixa melhor ainda
tanta gente na minha frente
me enche mas
me enche de orgulho
eu saber essa letra
e a gente se olhar
cantando um refrão
me enche de esperança
saber que existe a música
da próxima dança
Radiocaos
Quem não conhece o programa Radiocaos, atualmente na 91 Rock de Curitiba, deveria clicar aqui já.
Eu, confesso que não ouço rádio. Essa merda
contaminada de música ruim, propaganda e jabá.
Não tenho saco pra aquela programação em looping.
Por outro lado, se estivesse em Curitiba ouviria.
Nesse domingo, pra se ter idéia, o playlist tem desde Jupiter Apple até Velvet e Beatles (não tocando o óbvio) passando por poemas de Drummond, Tavinho Paes, etc. Tem muita coisa na lista que eu não conheço, e eu não vejo a hora.
Ah, sem esquecer que no último bloco tem dois poemas meus.
Ouçam pela internet clicando em rádio ao vivo.
Apartamento
transpira um peito dilacerado
cada instante na sala
é meu corpo no parapeito
seca na mesa de centro
a orquídea pede em vão
algo entre nós há dias
fede na geladeira
Sobre o tempo
entre o mim e o calendário
há um verbo que voa
há vários
o relógio me fita
enquanto a máquina de escrever
gasta a fita vermelha
na folha velha
e eu só quero que chegue:
a paz não sei de onde
a hora do almoço
o sono
a sagrada família num jegue
a moto e o moço da pizza
aí eu me farto
e desafio as cruzadas do jornal diário
empreendo a jihad
Contra a lacuna
na terceira linha, segunda coluna
eu torço pra que anoiteça
olho para o relógio e rogo
que venha a sexta
que o sono logo me leve
enquanto não vem a feira
enquanto não vem a segunda
a primeira semana do mês e o dinheiro
enquanto a ampulheta trapaceira
não traz o fim
que eu não canso de clamar
Tialgusta
quer viajar?
vem com a tia augusta
essa tia centenária
que já foi rica, já foi puta
se regenerou e pra ser moça de novo
reconstituiu o hímem
se operou no marrocos e virou homem
largou o salto, calçou um allstar
mas ainda curte estar
com rapazes
as vezes
estar com a tia augusta é bom
ela leva a gente
pra qualquer lugar entre o céu
e o inferno
inferninho e além
a tia augusta e o capeta
não assustam niguém mais
vamos viajar coma tia augusta
pacotes econômicos
papelotes de viagem
vamos viajar que a tia gosta
de ver todo mundo junto:
putas traficantes músicos
mendigos e poetas tísicos
das putas do payssandu
quinze anos atrás,
mas me lembro como se fossem mais,
os olhos mais tristes do mundo
o batom vermelho
e o corpo dois terços nu
me assustei com a putinha
quando ela sorriu e mergulhou
nos meus olhos também tristes
só pensei em correr até o bar da esquina
e sem que ela me visse
bebê-la em um copo de tubaína
o único dinheiro que eu tinha
quanto mais grave
mais baixo
e um contra-baixo alto
é problema grave
pra um homem
da guitarra como eu
com o ego
e o nível de álcool
há seis semanas
no topo da Billboard
mas, pensando bem,
olha pra esse breu
e essa sauna
de alcatrão e nicotina
essa cerveja quente
e essa gente junk
que dança ao som do iggy
e faz o punk ao som do pop
toca qualquer nota
que ninguém nota